terça-feira, 23 de junho de 2009

Auto-clique

Automático. Talvez essa seja a melhor definição para o nosso dia-a-dia.

Nesses dias de inverno, a fumaça que sai da respiração, ou a luva que usamos para nos proteger do frio me fez reparar em algo.

É tudo tão mecânico nos dias de hoje, e tão corrido, que mal temos tempo de reparar em nós mesmos. Não há exemplo melhor do que o da nossa respiração. Fazemos todo dia, toda hora, mas quantas vezes nos damos conta de que estamos fazendo? E muito menos se estamos fazendo da forma correta. Aliás, acho que já aprendemos a fazer isso com pressa e da forma errada, para levar a vida que levamos.

E, nesses dias de inverno, quando calçamos principalmente as luvas. No primeiro momento aquela sensação de alívio do frio, aquele contato com a lã quente, mas nem 5 minutos se passam e cade a luva? Já esqueci a sensação da lã porque provavelmente estou xingando alguém no trânsito, ou me espremendo no transporte público.

Nada de vida natureba, ou de viva o verde, nada disso. É só que esquecemos de prestar atenção naquilo que estamos fazendo diariamente e nas sensações ao nosso redor. Estamos perdendo nossos sentidos aos poucos.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dependência Digital

A escravidão voltou. E o pior de tudo é que somos escravos de nossas próprias criaturas.

Antigamente, quando os celulares não existiam, todo mundo sobrevivia de forma mais independente, havia um planejamento melhor das saídas, as pessoas aproveitavam melhor as conversas com os amigos etc. Tem muita gente hoje, que com certeza se mataria sem esse aparelhinho.

Não me excluo da escravidão. As recentes quedas do Speedy causaram em mim uma revolta, e confesso, um certo desespero, porque a falta da internet é falta de um pedaço de minha rotina diária de e-mails, sites, blogs e afins. Já se tornou parte da minha identidade. E o que é pior, é uma realidade da qual não só não saberemos mais como viver sem, como também não conseguiremos viver sem, uma vez que todo o sistema de informação e armazenamento de dados é feito de dados, ou seja matéria não física.

Foi tudo tão rápido, que já não sou capaz de precisar o momento exato em que viramos reféns daquilo que seria apenas para facilitar nossas vidas.