terça-feira, 30 de setembro de 2008

Velocidade da Mente

Às vezes nossa mente age muito mais rápido do que sequer podemos expressar.

Exemplo: outro dia, na academia, havia algumas coisas em frente a um armário. Claro que antes de descobrir que aquele era o único disponível, tive que ver 1 por 1 dos que não estavam trancados com cadeados.

Finalmente, só sobrou aquele.

Fui perguntar para a pessoa o seguinte:

“Essas coisas são suas?”

Sabe o que saiu?

“ss ss ss ss” – Quatro esses seguidos, porque quando eu comecei a falar, na minha cabeça, eu já estava colocando tudo pra dentro do armário.

Esse é o momento de parar, respirar, e repetir. Claro que o cara não entendeu nada.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sonhos Repetidos II

O segundo sonho é o pior de todos.

Lá estou eu num casarão enorme e abandonado, brincando com vozes que desconheço, num banco de areia no térreo.

Brincadeira vai e vem, estou no terceiro andar da casa. Uma escada de madeira escura, em caracol, com um corrimão nas laterais.

Como qualquer criança, não tenho dúvidas: escorregar pelo corrimão. Só que os três andares nunca acabam, e o corrimão nunca pára e o chão nunca chega. A bunda já começa a doer e as forças acabam e caio num buraco sem fundo. PUM. Acordo assustado...

sábado, 20 de setembro de 2008

Sonhos Repetidos I

Desde muito pequeno eu me lembro de dois sonhos que se repetem com freqüência, e que até hoje me fazem acordar sobressaltado.

O primeiro deles é o sonho do elevador. Acho que esse é um pânico que mistura o pavor que tenho de altura, com o medo que minha mãe tem de elevador.

Toda noite é igual: eu preciso ir ao dentista, ao médico, enfim. É um prédio muito alto, com seus 14 andares e, claro, que o meu andar é o último.

Primeiro frio na barriga: elevador panorâmico.
Entro e fico de costas. Aperto o 14. Uma subida sem fim. O elevador misteriosamente passa meu andar e sai na cobertura. Ok, vamos descer um lance de escadas.

Recepção: “Mudou de andar, é no 6º.”

Ótimo, mais elevador panorâmico. Desço, mas o tal para no quarto andar. E assim segue, sempre mudando de andar e nunca parando no lugar certo.

Depois de um bom tempo, ou alguns minutos, pois nuncaa sabemos quando estamos dormindo, e eu sou mandado de volta ao décimo quarto andar, o elevador pega uma velocidade absurda e PUM, quebra o teto e sobe (Fantástica Fábrica de Chocolate?).

Na queda, desperto assustado...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Literatura Ambulante

Uma constatação interessante: quem pega transporte público diariamente já deve ter reparado que há muita gente que lê durante o percurso.

Quantas vezes você já viu alguém começando um livro no ônibus ou no metrô desde a primeira página?

Nunca me aconteceu de ver ninguém começar do zero, estão sempre na página do meio, ou a ¼ do livro já lido.

Será que as pessoas começam a ler em casa pra transmitir a sensação de que são leitores sérios, que dedicam parte do tempo livre à leitura? Ou será coisa do chamado Inconsciente Coletivo?

domingo, 14 de setembro de 2008

Dinâmica de Grupo

Exceto em casos de trabalhar com os pais, ou conhecidos, acredito que ao menos uma vez na vida, todo mundo já enfrentou uma dinâmica de grupo. No meu caso foram 3.

Eu fico me perguntando qual o critério de avaliação. As pessoas conversam, falam como é o processo e o que acontece lá dentro. Normalmente é um bate-papo e uma prova.

Quem não ouviu falar da prova da sementinha que vai germinando, ou da micro competição em grupo, onde cada um monta seu “business plan” e apresenta? Será que eles avaliam a velocidade que a árvore brota?

Se isso tudo já é de conhecimento geral, como eles fazem para selecionar “o melhor”? Sim, porque pelo que eu escutei, são sempre as mesmas coisas:

“Eu quero isso, porque adoro trabalho em grupo”

“Acho ótima a oportunidade para conhecer um pouco de cada departamento”

Claro que essas dinâmicas que participei não eram de profissionais de séculos de mercado, mas de iniciantes. Mas acredito que as demais também tenham seus jargões.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Pequenos pesadelos

Quem me conhece sabe que tem muitas pequenas coisas que me deixam profundamente irritado. Mas tem uma que me deixa cego.

Sabe quando o ônibus ou o metrô estão lotados, você em pé, aquele calor e qualquer movimento mais brusco é o suficiente pra desequilibrar aquele cara que está ao seu lado e fazer ele cair em cima de você e equilibrar os dois?

Pois então, imagina esse dia infernal, mas as coisas estão melhorando. O próximo já é o ponto final.

Só ressaltando: não há mais espaço no local, as peças estão todas encaixadas, como no Tetris.

Então acontece: a tiazinha levanta da cadeira, faltando ainda 5 minutos pro desembarque geral. Sim, ela quer ir até a porta. E começa: “licença?” E tiazinha aqui não significa uma senhora de idade não, pode ser qualquer um, jovem, adulto, senhora, criança, qualquer um.

Agora eu pergunto: que diferença vai fazer se ela chegar até a porta, sendo que o próximo ponto é o final? Ela vai ter que desembarcar de qualquer forma, por que raios ela precisa levantar 5 minutos antes e atrapalhar a todos? E o povo começa o empurra pra moça passar, e você acaba indo.

No fim, quando todos saíram, três passos que você dá fora do ônibus e a tiazinha já foi ultrapassada e vai demorar exatos 5 minutos depois de mim até o destino final.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Bastidores

“Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”

Grande sabedoria popular. Porém, ouso ir mais longe.

Veja bem, ninguém consegue construir um nome sozinho, correto? Grandes diretores de cinema, não seriam nada sem seus contra-regras. Alguém imagina o Spielberg carregando a asa direita da Millenium Falcon pra cima e pra baixo?

Os grande políticos, formados em medicina, engenharia, bioquímica, enfim, jamais seriam alguém se não tivessem junto dele uma infinidade de pessoas. Afinal, o prefeito de Itibirissú, um médico simpatissíssmo, jamais iria conseguir sozinho promover toda a reforma agrária que fez, ainda em tão pouco tempo, se não tivesse ao seu lado alguém que foi do movimento dos sem teto da cidade e do grande latifundiário, que aqui vou chamar de Jones.

Muito bem, citamos grandes nomes, e grandes funções, mas agora vamos reduzir. Alguém que tem um belíssimo cargo dentro da empresa e que ninguém ousa contrariar: o “chefe”. Ele é o cara da batuta, ele administra, organiza e delega, mas no dia-a-dia quem pega no batente é o Zé.

Todo mundo vai dizer: “olha o que fulano fez!” E ninguém vai parar pra pensar: “Puxa, o fulano teve ajudo do Zé”.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Despudores

Pouco tempo atrás, prometi para mim que qualquer livro que eu começasse, eu terminaria, fosse ele bom ou ruim.

Caiu na minha mão algo que eu não estava esperando. Poesia.

Minhas experiências com verso e rima nunca saíram do ginásio. Poesias com uma sílaba, duas, sonetos, contar as sílabas de Camões, etc.

Começo. Não é tão ruim, ok, próxima. Bom. Razoável. Tudo parece bem.

Quando começo determinada poesia a palavra: masturbação... como assim? Uma poesia com a palavra masturbação?

Até então, poesia era algo que falava de amor, amizade, dor, tristeza, mas masturbação? Eu não absorvi absolutamente nada do livro, apenas essa palavra fazendo verso e prosa ali, naquela página...

Veja bem, nada contra a palavra, o ato, nada mesmo. Só que aquele contexto quebrou uma redoma que eu havia colocado na poesia, que até então era algo de sentimento, não do físico! Enfim...

Grande choque a parte, acredito que pelo menos depois disso, agora pareço ter menos vergonha de escrever para o público, tanto que foi depois desse livro que estou publicando esses textos.

sábado, 6 de setembro de 2008

Cagada contínua

Aconteceu muito recentemente algo que eu tomei a liberdade de nomear como cagada contínua.

“As folhas sulfite estão acabando” - chefe
“Pode deixar eu pego mais” - eu

Ótimo, depois que eu resolver as outras 572 coisas pendentes eu faço isso. E o dia passa.

“As folhas da impressora acabaram, pega mais pra mim?”
“OK”

Abro o armário, cadê? Esqueci... Qual a cara de dizer isso pro chefe? E o documento parece importante.

“Ahm, peraí que vou buscar no almoxarifado”.

Desço. Fechado.

Nessa hora entra o colega de trabalho: “Cara, empresta um bloco de folha ai, tô precisando urgente”. Nunca diga a palavra “esqueci” no trabalho. É algo que aprendi na marra.

Beleza, ele tem algumas. Estou salvo? Claro que não. Vou ter que dizer que fechou o almoxarifado e pego amanhã, afinal vou levar só meia dúzia de folhas na mão. Hora do sorriso forçado.

“Eles estavam fechados, mas eu consegui essas aqui”. Falando assim parece que você fez um esforço sobre humano pra conseguir as folhas, que não foi o cara da mesa do lado que te deu.

“Tudo bem, amanhã você pede”

Agora essa é a prioridade número um. Vamos colocar na agenda, pra pegar na primeira hora amanhã.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Anúncio bizarro

Já adianto que essa postagem é fruto de pura ignorância de minha parte... se alguém for padeiro, filho ou amigo do mesmo, favor não se ofenda.

Na minha rotina, tem um caminho que eu faço e passo por uma padaria muito boa da região.

Há algum tempo há um cartaz na fachada que me intriga. É uma vaga de emprego que diz:

“Procura-se ½ padeiro”

Eles querem trabalhar num esquema fordista de produção. Provavelmente estão procurando alguém que seja especializado em sovar a massa do pãozinho francês, ou alguém que pré-aqueça o forno a 180º.

Um tanto longe esse pensamento. Talvez. Numa análise mais próxima: eles querem um anão! Mas isso seria bom? Pelo que eu conheço do lugar, as bancadas tem pelo menos 1,20m de altura, seria meio desconfortável, não?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Explicações

Sinto que essa primeira postagem deve ser didática...

Didática por quê? Simples, eu nunca tive saco para manter atualizações regulares na internet, nunca fui de ficar horas fuçando profiles alheios no orkut, enfim... completamente desapegado da internet.

Então, o que motivaria o começo de um blog? Respondo: há uma série de pensamentos que me assolam de vez em quando e que nunca teria a opotunidade de inseri-los numa conversa. E na minha cabeça, esses "ocorridos", diga-se de passagem fatos que passariam desapercebidos por qualquer um, tomam uma proporção gigantesca e transformam-se em um turbilhão de pensamentos bem bizarros.

Vou exemplificar: outro dia vi no metrô paulista, em mais um dia comum, na volta para casa, um cara engravatado, que quis bancar o espertão e se deu mal.

Estávamos na estação terminal, horário de pico, um verdadeiro inferno. Já era o terceiro metrô que passava e nada de conseguir entrar (uma série de espertões que ficam esperando o próximo pra sentar e param no meio - isso fica pra outro post)... enfim.

Eu estava do lado certo e o espertão engravatado acabara de chegar do lado do desembarque, pronto pra entrar no próximo metrô e fazer a "manobra" com ele. Um animal, ele pensa que pode chegar mais rápido do que eu em casa?

Todos desembarcam e ele entra no metrô vazio para fazer a manobra. Bonito né? Ele até sentou confortavelmente no banco, quando o segurança passou. Foi uma felicidade momentânea muito prazeirosa: ele expulsou o engravatado do trem e fez ele esperar o próximo do lado certo. Resultado: ele entrou depois de todo mundo e ficou em pé. Bem feito.

Esse é o tipo de felicidade momentânea que faz com que a gente esqueça o aperto do momento. Pode parecer bobagem, um detalhe para quem lê, mas no calor do momento, na situação de sardinha em lata, é algo que faz você esquecer do seu problema e pensar: Se Fodeu!!!